quando me deito na minha rede
que não está presa a nenhuma parede
envolve-me o absoluto do universo
para compor com calma algum verso
que diga o que sinto e o que minto
entre os astros o que penso e pressinto
do tempo passado e do tempo futuro
e minhas mágoas então esconjuro
balançando entre o nada e o nada
nas minhas redes a mente apaixonada
pensando no agora que eu sou eu
na certeza que em mim resiste
de que viajo para um tempo que não existe
livre de um passado que já morreu
14.6.2022
(Ilustração: Cícero Dias - a espera, 1932)
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