9 de dez. de 2023

asas do vento

 





nos eflúvios da embriaguez

não espero a minha vez

de pisar o chão etéreo da ilusão



conheça embora os caminhos

sou o estranho nesses labirintos

dos sonhos vesgos de sábios e adivinhos

que me oferecem taças de vinhos tintos

e prazeres das noites das arábias



levanto o véu da minha pretensa lucidez

para imaginar doutrinas sábias

e buscar a paz numa espécie de viuvez

em que pairam asas do vento eterno

que esparzem sobre as pedras dos caminhos

as cinzas do meu inferno




4.9.2021

(Ilustração: Jindrich Styrsky - na hrobe-1939)

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