uma avenida que começa na montanha
termina numa praia à beira-mar
uma avenida que por mais estranha
segue a curva torta do meu olhar
sigo-a às vezes
e sinto-me feliz
quando por vários meses
tiro de mim a raiz
que me prende ao chão
caminho então
por essa avenida
como se fosse a razão
da minha vida
o meu último grito
– e não há nisso nenhum engano –
porque sei que ela busca o infinito
da fímbria do oceano
diretamente do fundo do meu coração
3.10.2022
(Camille Pissarro - 1856)
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