(Jean Cocteau)
à gélida lua de junho
dois travestis fumam crack
no beco escuro entre dois sobrados
mal se vê à luz da lua o punho
que segura o cachimbo mal ajambrado
dois travestis que fumam crack
passa na avenida devagar a viatura
dentro dela três soldados
holofote sobre os vultos assustados
dois travestis que fumam crack
no beco escuro entre dois sobrados
o ruído seco da metranca e o baque
o baque surdo de corpos desamparados
na noite escura bate uma porta
fecha-se a janela de um dos sobrados
eram dois travestis – quem se importa?
10.7.2017
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