(Van Gogh - A Sesta)
hoje não, amor,
que é meu dia de preguiça
sim, eu sei do que tu gostas
eu sei bem como tu gostas
e daqueles jeitos todos
tu me dás, depois, muito cansaço
então, hoje não, amor,
que meu dia é de preguiça
sim, eu sei que promessas
foram essas,
que beijos foram despregados
e grudados
e tudo o mais
mas, e depois, amor, e depois?
não, é melhor não, que hoje
é meu dia de preguiça
gosto, sim, amor, quando tua
língua me percorre, quando
tuas umidades me esquentam
quando nua
te abres e te abandonas,
mas, enfim, hoje
não que eu não queira
não que eu não deseje
mas, enfim, é sim, meu dia
meu dia de preguiça
e por ser hoje o meu dia
de preguiça, vem aqui perto
e deixa
que eu te veja, apenas,
que te olhe
que me molhe
só com o pensar
sem tocar,
sem outro tesão
que o dos olhos
claro, amor, amanhã
de manhã, talvez
mas, sim, com certeza,
com absoluta certeza,
amanhã à tarde,
que hoje...
hoje é meu dia de preguiça
Nenhum comentário:
Postar um comentário