11 de mar. de 2018

Eterno








Para que no me olvides,

disseste.

E enfiaste as unhas

em minhas costas.

Não gritei.

Não reclamei.

Apenas te olhei.

E, como se fosse possível

esquecer-te,

deixei,

com minha língua,

um gosto amargo

em tua boca.

E gozei. 








(Ilustração: Paul-Émile Bécat)







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