ponho em ti os olhos e és minha
quando te despes e ao banho te entregas
lânguida
os cabelos ao dorso caídos falsamente dourados
à tua bunda os desejos de cavalgadas
por vales e montanhas na garupa como endiabrados pôneis
toda minha não sei
sei que és neste momento o esplendor dos campos de trigo
ou talvez o espanto do sol se pondo por ver-te nua
que outros desejos de candaules me atormentam
a comparar-te a beleza a outras maravilhas que não sei
louco de anseios por ti não te compartilharei a nudez
enquanto espero que venhas como rainha da tarde que cai
e não deixes que te vejam outros olhos o esplendor das curvas
que minhas esperanças te aqueçam as entranhas
e meu reinado em ti permaneça o segredo de nós dois
20.2.2018
(Ilusstração: Jean-Léon Gérôme - Le roi Candaules -1859)
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