sigo os rastros dos meus passos pelos becos
de paralelepípedos empedrados pelo tempo
na cidade onde um dia me desencaminhei
e me perdi para sempre dos meus sonhos
não há remissão para os poucos instantes
em que vivi ventos de ventura nas páginas
da história de um velho cavaleiro medieval
que luta lutas letais contra moinhos de vento
fui escudeiro preso à pedra e fui o mágico
a puxar o cordão da lua para iluminar um pouco
as páginas do caderno onde tentava escrever
novos desejos e anseios desse cavaleiro louco
25.12.2019
(Ilustração: Catherine Chauloux - le chevalier du ciel)
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