dias de estar com os pés sobre nuvens
a olhar para o infinito dentro de mim
desatar os empecilhos de estar só
no sonho impossível de petrificar sentimentos
que um dia meus passos marcaram no passado
não há horizontes nos meus infinitos interiores
não há caminhos nos flocos abstratos da nuvem
só a solidão preenche os desejos insepultos
que pairam sobre um tempo de engrenagens
enferrujadas agora apenas de outrora os dias
de estar com os pés amarrados e olhar embebido
de antigas eras de paixão pela ausência de horizontes
o jogo nos campos ondulados das montanhas
no fim do olhar o vale profundo de minha solidão
6.3.2020
(Ilustração: Eric Lacombe - dark abstract portraits)
Nenhum comentário:
Postar um comentário