a folha em branco do guardanapo
vira teclas do piano de satie
na folha em branco da memória
reconto um conto que vivi
bem na beira da minha história
onde cantam sonatas de lua escura
os desencantos de brancas noites
que a memória não depura
um barulho estranho na escada torta
o som suave de passos se esvai
a lembrança se esfumou ao bater da porta
e os passos – que se despedem – de meu pai
9.6.2020
(Ilustração: Érika Cardoso - óculos escuros)
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