cão alucinado à luz da lua
farejo na noite da memória
não o osso enterrado no jardim
mas a carne fresca e ainda crua
que tem cada dobra uma história
um gemido ou gozo sem fim
entretecidos entre mil lençóis
que o cão vadio à noite procura
ladrando à lua e odiando arrebóis
e cavando apenas sua loucura
14.7.2020
(Ilustração: escultura de Eugène Thivier - 1845-1920 - Le cauchemar)
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