madura o desejo dentro da noite
recolhe migalhas enquanto acolhe
como o pomo do pecado o açoite
e reacende o sol apagado em prepúcios
assim com lucius e lucíolas praguejam
nos páramos perdidos dos prados
cavalga o desejo o cavalo bravio
chega ao ponto marcado do atavio
em que se enrosca na chama que ilumina
o crime e o incesto em camas de gelo
tranquilo o fauno cuja imagem no espelho
o canto da cotovia apaga num sopro da vagina
que anseia por loucas penetrações antigas
na floresta que cumpre o destino das urtigas
desencanta-se o encanto de um mundo perdido
onde o desejo um dia maturado
rege a sinfonia de um pênis outrora sagrado
8.8.2020
(Ilustração: esc. de Franz Xaver Bergman, Viena: 1861–1936)
Nenhum comentário:
Postar um comentário