teu grelo endurece à minha língua
e tu gozas como uma égua no cio
bebo tuas águas e enlouqueço
teu ventre corcoveia em ondas
e a cama se quebra aos nossos anseios
navio naufragado na procela
enxugo em mim teus óleos santos
estiras as coxas em busca de mel
enganchas teus pés em meus enleios
em coleios de gata infiel
sou teu escravo e castigas-me
no teu engasgo de glandes e fonte
gozo em ti como gozaste em mim
na busca de profundezas inexequíveis
és vênus emergida de um mar encapelado
sou teu apolo enrustido em flechas de fogo
o mundo contempla inerte o nosso jogo
quando para o tempo no infinito despejado
23.7.2020
(Ilustração: Franz Xaver Bergman - 1861–1936)
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