adormeci num redemoinho de lembranças
para o sono de chumbo da lua minguante
acordei na manhã de água e ágata
nos braços da atriz pornô
menino travesso a molhar lençóis
no abismo de líquens e águas-vivas
mescla de santa e messalina
a loura enlanguescia a meus espasmos
olhos agudos e penas tenazes
e de repente negra em valquíria tornada
cabelos eriçados na cavalgada
no susto de meus próprios desejos
perdidos nas sombras fugazes
de tragédias ainda não consumadas
despenco nos mares de seus orgasmos
- não eram mais sonhos de menino assustado
eram espantalhos de um caminho já trilhado
37.11.2020
(Ilustração: escultura de Franz Xaver Bergman/Bergmann -1861–1936)
Nenhum comentário:
Postar um comentário