talvez eu diga que te espero
no fim do túnel
quando a luz acenda uma nova lâmpada
de duzentos volts
talvez eu diga que há luz
no fim do túnel
quando o sol ascende para uma aurora
de estrelas cadentes
talvez eu diga
talvez eu não diga
a vida é cheia de arapucas
e por mais que eu persiga
prender-te em meus braços
o rio e o riso de teus abraços
seguem seu destino
para longe de meus laços
seguem para o estranhamento
das estrelas
e eu – no meu enrodilhamento
talvez seja tão cego que siga
sem nunca poder vê-las
18.12.2020
(Ilustração: Ada Breedveld)
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