meus olhos – lagos parados no tempo –
guardam lágrimas tantas
lágrimas que não mais tento
derramar pelas gargantas
de meus desesperos
lagos quase sem água
– água sem gosto e sem temperos –
que jorram apenas a mágoa
de estar sempre a viver
com o pouco chorar
embora com o muito sofrer
e o muito amar
25.9.2022
(Ilustração: Odilon Redon - tears - 1878)
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