ulvas de mágicos sabores em vasos líquidos cultivadas
sarças-de-fogo em areias fulvas de desertos espalhadas melopeia de sinos encapuzados no vértice de triângulos sagrados
à vicária luz da lua o uivo dos lobos selvagens
no círculo de fogo os braços às estrelas levantados
corpos rútilos em sangue esvaídos a colorir as folhagens
o capítulo de fogo-fátuo na pedra tumular
nenhum obstáculo que impeça às ogivas romper o espaço ovular
e os templos erguidos aos deuses antigos e a seus festejos
finalmente em cinzas transformados durante a dança das ninfas nuas
destruídos todos os tabus em torno dos anseios e dos desejos
restam apenas as folhas das ulvas e as vulvas à luz de todas as luas
no altar improfícuo de cerimoniais deletérios
onde se pode gozar e comemorar como animais todos os mistérios
28.8.2022
(Ilustração: escultura de Andrea Riccio - sátiro e sátira)
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