15 de nov. de 2023

amor perdido

 




quando acordado o sonho me invade

numa maré marchetada de sal e nuvem

a rima que raro uso em meus poemas – saudade

arrepia a pele do meu braço e levanta a penugem

dos meus arroubos passados me enleva e me leva

por alamedas de dias de sol onde me espera

o vulto adormecido da paixão envolta em treva

que um dia envolveu meu coração como a hera

que cobre de verde o escuro das paredes

dos velhos sobrados destruídos pelo vento

e hoje esse sonhar acordado desperta as sedes

que tive por beber desse amor perdido no esquecimento



27.1.2022

(Ilustração: Edward Hopper - solitude, 1944)


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