31 de mai. de 2024

eu poeta ateu – a brincar de deus

 






talvez devesse perseguir as estrelas

pelas galáxias infinitas do espaço

talvez pudesse com um gesto prendê-las

e desenhar outros universos a compasso

ouvi-las a gemer pelos caminhos de minhoca

ao perceberem que quero conhecê-las



talvez elas – as estrelas – sejam apenas uma paçoca

no caldo dos mundos que habitam minha cabeça

porque eu – o poeta ateu – a brincar de deus

não tenho nenhum desígnio louco que me impeça

de soltar pelas galáxias todos os sentimentos meus





1.11.2022

(Ilustração: David Mazza - la noblesse du geste, 2010)

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