quando olha para o céu o humano citadino
só o que vê na noite escura
é o brilho das luzes que estão em suas retinas
não há mais vagas estrelas da ursa a contemplar
não há mais três estrelas no cinturão de órion
as luzes frias do olho das máquinas
orientam no mar o rumo dos navegadores
levitam no ar as asas de metal das aeronaves
cegam na mata o olho faminto do lobisomem
extraem do mundo a magia do futuro
as luzes que brotam do olho das máquinas
iluminam as noites frias de insônia e fome
dos excluídos de seus raios
e plantam na mente do humano citadino
a rosa dos ventos de todas as desigualdades
12.2.2024
(Ilustração: mulher no celular à noite - loja Arte online, São João Del Rei - MG)
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