24 de jun. de 2024

humano citadino

 




quando olha para o céu o humano citadino

só o que vê na noite escura

é o brilho das luzes que estão em suas retinas



não há mais vagas estrelas da ursa a contemplar

não há mais três estrelas no cinturão de órion



as luzes frias do olho das máquinas

orientam no mar o rumo dos navegadores

levitam no ar as asas de metal das aeronaves

cegam na mata o olho faminto do lobisomem

extraem do mundo a magia do futuro



as luzes que brotam do olho das máquinas

iluminam as noites frias de insônia e fome

dos excluídos de seus raios

e plantam na mente do humano citadino

a rosa dos ventos de todas as desigualdades






12.2.2024

(Ilustração: mulher no celular à noite - loja Arte online, São João Del Rei - MG)

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