19 de abr. de 2015

Palavra cantada(*)




 (Bernadeth Rocha - saudade do meu rincão)



Canta o rio em sua fonte,
canta a cigarra em sua folha,
canta o vento no horizonte,
canta o vinho sem a rolha.

E eu canto assim
o som sem fim
o som de helenas eras
ditirambos, primaveras
Dionísio me inspira
o som do bosque, a doce lira
todo o pó
que transpira
da alegre procissão
deuses cantam e eu tão só
canto o povo, canto a lavra
da poesia bem dançada
tendo só minha palavra
a palavra bem cantada.

Canta o rio em sua fonte,
canta a cigarra em sua folha,
canta o vento no horizonte,
canta o vinho sem a rolha.

E eu canto assim
o som sem fim
meu ditirambo de vinho e dança
vem do vento de outrora
para o vento de agora
do som do pinho a lembrança
de uma palavra bem rimada
minha palavra bem cantada.


Canta o rio em sua fonte,
canta a cigarra em sua folha,
canta o vento no horizonte,
canta o vinho sem a rolha.


E eu canto assim
o som sem fim
canções, canções, canções
milhões, milhões,
flores, flores tão rudes
tão belas
e, entre tantas, as que eu pude
eu mesmo a cantar, a cantar
são tantas, são tantas, embaladas
em cortejos, doces beijos, desejos,
mais que todas, minhas canções
palavras, palavras cantadas.



(*)Letra para uma possível canção. Se algum compositor se interessar em musicá-la, entre em contato comigo, por favor.



12.9.2006

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