29 de abr. de 2015

PROCURANDO FERNANDO PESSOA(*)






Foi numa tarde meio à toa
Soltei as asas pra Lisboa
A visitar um tal Pessoa

Veio a noite como açoite
Porta da tabacaria
Olho olhava mas não via                                                                 
Nem o Tejo nem Leiria
Numa autopsicografia
De um vulto que a mim sorria
Corre o rio, não reboa
Passa calmo por Lisboa
Toco o banjo aos quatro ventos
Por Fernando e por Pessoa
Tudo ali parece um sonho
Tudo ali é tão tristonho
Na cidade eu pressuponho
Que haja um vulto mais medonho
Vindo da Tabacaria
Versejando poesia
De uma boca que sorria
Várias almas por Leiria
Assustava e se perdia

                             
Foi numa noite meio à toa
Soltei os versos pra Lisboa
A procurar um tal Pessoa

Lá embaixo corre o Tejo
Embalando o meu desejo
Rio rei do meu harpejo
Leva louco o que eu almejo
Numa noite como açoite
Cidade revisitei
Quantas vezes eu não sei
Um poema lhe direi
Que o meu verso aqui é lei
Nessa terra em que sou rei
Veio da Tabacaria
Numa autopsicografia
Essa estranha poesia
De um vulto que a mim sorria
Pois embora inda me doa
Fujo então dessa Lisboa
Do rio que não reboa
Sem Fernando e sem Pessoa              
                                                                                                                                      
Na madrugada meio à toa
Perdi meus versos pra Lisboa
Ao procurar um tal Pessoa     
           


(Letra para uma possível canção. Se algum compositor se interessar em musicá-la, entre em contato comigo, por favor).


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