(Vladimir Yurkin)
para lembrar a tepidez de tua alcova
recorro a versos de lirismo antigo
de lirismo velho e mal comportado
e escrevo este poema
quase uma cantiga d’amor
fui feliz entre teus braços
rolando sobre alfombras macias
fazendo amor em alcatifas de veludo
balbuciando palavras de lirismo de antanho
ao mordiscar de leve o bico dos teus seios
fui feliz entre tuas coxas
adentrando profundidades inconcebidas
gemendo os teus gemidos
alucinando tuas alucinações
ao percorrer teus úmidos caminhos
na tua alcova de alfombras e alcatifas
veludos de ventre e cochichos macios
minha boca em tua boca
meu sexo em teu sexo
veludos de ventre
veludosos vãos e escaninhos
endívias em doce azeite
à língua faminta oferecidas
pela alcova de veludos e alcatifas
apascenta estrelas o pastor com seu cajado
ocultas-me e revelo-te
dialeticamente antropofágicos
entredevoramo-nos como serpentes
coitos em valhacoutos veludosos
ventres liricamente livres
movimentos de aríetes e marés
dobras de cobras e pelúcias
cornos de lua e anfractuosidades
plenilúnio de bocas e bocas
preamares de anseios e gemidos
na tua alcova de alfombras e alcatifas
escorre a lava e da cinza o pó
o nada
e o lirismo besta a lembrar que ainda te amo
22.9.2016
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