(Jan SADELER -Une orgie avant le déluge- 17siecle - Musee du Louvre)
deixem-me compor
os versos mais lúbricos
não queiram sancionar
e confundir
meus anseios de amor e sexo
com todo o turbilhão
da luta de classes
do ódio ao burguês
e às injustiças do mundo
escondo no gozo
os gritos de guerra
encravo nos orgasmos
o espanto dos miseráveis
e sonho com um mundo
de gozos e taras e igualdades
em que da bunda gorda
de cada burguês que chutarmos
brote assim de repente
a brisa que levanta
a saia das mulheres
deixem-me pois
compor os meus delírios
de ventres abertos
e pernas torneadas
ao mesmo tempo decompor
do pútrido charco
da luta sem fim
os desmandos e desastres
de cada burguês
no fim dos seus tempos
17.9.2016
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