5 de jun. de 2018

não passarinho









não passarinho como o poeta

mas às vezes gostaria de ser

ou um bravo bem-te-vi

ou um canoro sabiá



voar por arrebóis e ver lá de cima

o serpentear do rio

a extensão da campina

sentir o arrepio do vento

na pureza de nuvens brancas

assustar-me ao grito faminto

do rápido gavião

construir um ninho aconchegante

no galho da mangueira em flor



das asas do passarinho

gozar apenas a liberdade

e brincar com o sonho

de toda a humanidade



9.5.2018

(Ilustração: foto de Fátima Alves / Lavras, MG)


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