6 de fev. de 2019

minhas mãos







não há nas minhas mãos

outros sinais que não sejam os sinais do tempo

foram livres as minhas mãos

nem argolas de ferro nem anéis de ouro

prenderam meus dedos apenas o tempo

o tempo de rugas e cansaços

de muito segurar gizes e canetas

de agitar ao vento a pontilhar palavras

que nem sempre chegaram aos ouvidos certos

estas mãos têm apenas o calo da poesia

e a sensibilidade de sombras sobre papéis





10.12.2018

(Ilustração: foto da internet, sem indicação de autoria)

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