e venho pela vida caminhando por hipotenusas
quando me vejo em escolhas de catetos hipotéticos
nas distrações por onde me levam sonhos sintéticos
a buscar retas impossíveis de ângulos retos e agudos
espinhos de cactos em solos inférteis esses ângulos
que as geometrias recôncavas de trajetórias loucas
devolvem para mim a figura escrota e cômica
de meus desejos não alcançados mesmo caminhando
por retas de pedregulhos e buracos convexos
ansiando sempre pelos quadrados mágicos
de triângulos que se convertem nas letras e números
de uma demonstração tão lógica quanto unicórnios
na frieza solar de um teorema que se demonstra
e do qual não se tem ideia de ondes nem porquês
5.2.2020
(Ilustração: Chris Riley - Pythagoras theorem)
(Você pode ouvir este poema na voz do autor neste link de podcast: https://open.spotify.com/episode/3wRx7ZLL5Iirjvs0Ohwg3b?si=DNb7nqM0QAC1z0RhFbsqOQ)
Poema bem sacado! Inteligente!
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