aprecio-te assim – delícia floresta de lobos famintos
no descansado intrincado de teus fios negros
que a exploração lânguida de línguas e dedos
despertará cheiros e sabores de lendas e descaminhos
quero-te e saboreio-te com líquens e temperos exóticos
fenda de promessas que cumpres com teus espasmos
quando em festa o teu mundo desvendo
pirata perdido nos teus rios e mares – navego
e fundeio o meu navio nos teus anseios
desprego das tuas dobras o sinete de ouro
para o canto de sereias que entretecem fios
e enredam-me os sentidos nos teus liames
fodo-te porque me pedes o gozo
mas ergo para ti altares de sacrifícios
e imolo-me aos teus sangues e aos teus fluidos
21.4.2021
(Ilustração: foto de Augusto P. Gomes)
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