bebe-se de tudo no cálice da vida
desde o cardo amargo das vicissitudes
até o alegre champanha das comemorações
espreme-se no copo o limão ou a laranja-lima
o doce vermute ou o ácido ananás
da água – o alívio da sede
da cachaça – o alívio do sono pesado
sorvemos o sal da angústia
e o açúcar do chocolate quente
ao paladar a língua se lambuza
de líquens e líquidos insensatos
de tudo se bebe no cálice da vida
e a tudo os líquidos nos levam
seja ao prazer ou ao desatino
acompanhado ou sozinho
a última gota despejada no meu cálice da vida
quero que tenha o sabor seco do vinho
10.5.2021
(Ilustração: foto de Chema Madoz)
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