18 de jan. de 2023

quando estou só

 





quando estou só

completamente sozinho

comigo mesmo

resume-se o mundo aos caprichos

do meu cérebro

leva-me ele por caminhos e abismos

de ambições opostas de incompreensões

nos sonhos delirantes de poder

aos pesadelos rastejantes de humilhações

traz-me a solidão do desbravamento

de espinhos cravados no meu passado

e de flores entreabertas de futuros impossíveis



entre o sonho e a pedra

o raio de um sol que explodiu há milênios

revela mistérios de mim mesmo

mumificados nos interstícios de minhas sinapses

como orquídeas resgatadas ao explodir de vulcões

levadas pelos ventos tropicais para dentro de troncos podres



17.9.2021

 (Ilustração: Vincent van Gogh - farmhouse, Provence)

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