quando estou só
completamente sozinho
comigo mesmo
resume-se o mundo aos caprichos
do meu cérebro
leva-me ele por caminhos e abismos
de ambições opostas de incompreensões
nos sonhos delirantes de poder
aos pesadelos rastejantes de humilhações
traz-me a solidão do desbravamento
de espinhos cravados no meu passado
e de flores entreabertas de futuros impossíveis
entre o sonho e a pedra
o raio de um sol que explodiu há milênios
revela mistérios de mim mesmo
mumificados nos interstícios de minhas sinapses
como orquídeas resgatadas ao explodir de vulcões
levadas pelos ventos tropicais para dentro de troncos podres
17.9.2021
(Ilustração: Vincent van Gogh - farmhouse, Provence)
Nenhum comentário:
Postar um comentário