quem sabe o presente seja
o presente que você deseja
quem sabe o futuro
seja o furo
no espaçotempo de um tempo
que não existe nem persiste
no passo lento do sopro do vento
quem sabe quem vem do norte
trazendo vida ou traçando morte
quem sabe das multidões
que lutam contra as erupções
de vulcões extintos
quem sabe das taças de vinhos tintos
erguidas ao som de canções
das rainhas loucas do século XVI
quando do porto secreto
inflava as velas ao discreto
anseio louco de cada vez
que a lua cheia
no sangue que jorrava da veia
o conquistador erguia a cruz da morte
soprando o vento que vem do norte
18.11.2021
(Ilustração: grafitti de Banksy - New York)
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