O fogo que te queima
O fogo que te queima
não derrete o gelo eterno
de meu peito em neve.
Se te levo aos píncaros,
do teu gozo atesta apenas
o gosto azedo
do limão-bravo.
Se me torno teu escravo,
do sexo que perfuma meu corpo
fica apenas a fragrância
do mel que há no pólen.
Ouço teus gemidos
a ressoar em eco na caverna
de meu peito vazio,
mas a mente divaga
ao som de cantos vagos
de sereias inexistentes.
Mas, apesar da dor,
além do simples prazer,
recrio em fogos de artifício
o amor outrora tido,
para amar a sombra
de tudo que temos perdido.
não derrete o gelo eterno
de meu peito em neve.
Se te levo aos píncaros,
do teu gozo atesta apenas
o gosto azedo
do limão-bravo.
Se me torno teu escravo,
do sexo que perfuma meu corpo
fica apenas a fragrância
do mel que há no pólen.
Ouço teus gemidos
a ressoar em eco na caverna
de meu peito vazio,
mas a mente divaga
ao som de cantos vagos
de sereias inexistentes.
Mas, apesar da dor,
além do simples prazer,
recrio em fogos de artifício
o amor outrora tido,
para amar a sombra
de tudo que temos perdido.
30.6.93
(Ilustração: Picasso)
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