(Guennadi Ulibin)
No céu a lua
No céu a lua
corno crescente
pálida e nua:mais presente
que o rosto angelical
de musas românticas...
No mar o temporal
leva ao vento a vela
enfunada e branca.
Luta por ela
um louco marujo.
E a vela em lua,
embora solta,
resiste ao vento.
Assim fendida
em dobras rotas
a vela vai
levando o barco.
No céu a lua.
No mar a vela.
No peito a dor
do velho marujo.
Estanca o vento
vence à onda
o lenho tosco
na luta atroz
contra a tormenta.
Estanca o vento,
não a dor.
Vento vira brisa.
Perde a força a procela.
Jogada à própria sorte
flutua à lua
a branca vela.
Jogado ao leme,
o audaz marujo
encontra a morte
ao ver na lua
a imagem nua
o rosto branco
de uma mulher.
12.11.91
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