Não vem de ti a minha angústia
Não vem de ti a minha angústia,
já faz muitas eras
esse estado absoluto de incerteza.
Navego ao vento que vem de estrelas
do passado ao futuro inatingível
para ficar só comigo mesmo
e sentir em ti a emoção primeira.
Sou apenas o que foge.
Sou apenas o que sente.
Preso em mim, só me resta o tempo
de ficar em tempo algum.
Resgato em dor a dor de outrora,
transporto em grito ao vento inútil
ao sabor de sonhos o sonho de amar-te.
Toco apenas de leve com minhas asas
teu sorriso preso a um tempo estranho.
És deusa do tempo prisioneira
e eu, mortal a transgredir o tempo,
passo com meu vôo ao vento
e não alcanço nuca teus lábios frios.
8.6.94
(Ilustração: Picasso)
È um modo triste de ver o amor...
ResponderExcluirÉ uma dor latente a do poeta que vê o amor com os olhos do louco e a pena do sábio...
lindo poema, bjos.