(Jack Vetriano)
Recolho-me a meu silêncio
e encontro o teu abandono.
Não mais esperança:
o abismo tragou nossas rosas
e o vento estufou as velas
do navio-fantasma de nossas vidas.
Na procela, o rosto com que te olho
traz a marca da maldade,
e os olhos com que me vês
refletem apenas o meu não-espanto.
Sou – e sabes bem – aquele que
um dia venceu teus temores
e agora paga com o desencontro
o preço de seres agora
o que te tornaste ontem: o Não!
13.6.2011 (a bordo do voo 1903, de Natal/RN para Guarulhos/SP)
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