6 de jul. de 2011

novos poemas do cotidiano - 9

(Alfred Kubin)


Desnudo-te ao vento


Desnudo-te ao vento
e teu corpo alveja à luz da lua
no breve instante em que eu tento
sonhar-te, enfim, toda minha, toda nua.
Do vento que te traz
ao vento que te leva
meu sentimento faz
do teu ventre a treva.
Arredonda-se aos meus sentidos
tua bunda em curvas de anseio,
pois em busca de desejos reprimidos
minha língua vai do teu ventre ao teu seio
e volta em gloriosa caminhada
para o ninho de teus pêlos.
Mergulho, em gozo louco nesta parada,
nos teus cheiros cheios de desvelos
para gozar o meu gozo fazendo-te fremir
no jorro fácil de teu grito ao vento.
Seguro de que não vais mais fugir,
colho teu orgasmo nas pregas que arrebento.

1.10.97

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