hoje eu acordei com saudade de amy winehouse
choveu vinho em minhas memórias e eu chorei
a voz que vinha do futuro agora é passado
e amy winehouse é apenas um túmulo triste
em algum cemitério da inglaterra [aquela ilha
estranha que olha para a europa] não sei
por que chorei por amy winehouse – está bem
confesso que era louco por sua voz seu canto
agora encantada nas neblinas de londres
suspeito que sempre soube que não haveria futuro
para amy winehouse e não queria alimentar
que ela um dia pudesse tão cedo me deixar de luto
sua fragilidade era a força da sua voz e essa força
consumia seu desespero então hoje nessa manhã
fria de julho aqueço minha saudade de amy winehouse
com um poema cheio de intenções de vazio e consolo
de sua voz um poema back to black que não traz
de volta para o mundo aquela voz de espanto e dor
16.7.2019
(Ilustração: Coco Dávez)
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