queria tanto uma terra plana
onde fossem retos todos os planos
e planassem sobre as planícies planas
plátanos aéreos e voláteis platibandas
patinassem patos pelos prados
e as pedras podres pesassem tanto
quanto pesam as pedras pomes
na terra plana de planaltos altos
bolhas de sabão borbulham bolsas
de sangue podre de pobres pretos
polvilhando os pelos brancos
de arianos áridos de dentes podres
da boca aberta da baleia do profeta
que canta a canção da cantárida
para morder o bico dos seios túrgidos
de ninfas de nenúfares de rios fétidos
no palanque o padre e o pastor professam
a putaria da pátria dos patos e do patetas
e o estranho navio do pirata
voa sobre as ondas do mar de petróleo
gozando o pétreo peido da pátria
29.12.2019
(Ilustração: foto de Louis Figuier, 1868:
recolha da Lytta vesicatoria para preparação da cantárida)
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