6 de jul. de 2020

Poème pour la postérité / Poema para os caras do futuro, de Raymond Queneau






Ce soir,

Si j’écrivais un poème

pour la postérité?

fichtre

la belle idée

je me sens sûr de moi

j’y vas

et à la postérité

j’y dis merde et remerde

et reremerde

drôlement feintée

la postérité

qui attendait son poème

ah mais





Poema para os caras do futuro




Esta noite

e se eu fizesse um poema

para os manos do futuro?



porra

que ideia fudida



eu sou mais eu

e assim digo pros caras

vão à merda

duas vezes à merda

três vezes à merda



tirei o maior sarro

dos bostas do futuro

que esperavam sua rima 


e aí?


Tradução de Isaias Edson Sidney


(Ilustração: Michael Lang)






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