bebo omar kayyam enquanto
leio em mim o bel canto
do bom vinho
desencanto o meu sonho
ao tempo em que proponho
a mim mesmo o eu sozinho
dentro da noite o frio
me faz sentir o cio
da vida lá fora embora a lua
seja negra e a paz das estrelas
goteje em pérolas a música nua
de líricas vozes – não posso vê-las
nem às vozes nem às sombras
nas névoas de mim e de eu sozinho
emborracho-me y soy palomas
no deserto de kayyam
bebendo do seu vinho
18.4.2020
(Ilustração: foto de Olivier Pringal)
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