12 de jul. de 2020

vinho





bebo omar kayyam enquanto

leio em mim o bel canto

do bom vinho

desencanto o meu sonho

ao tempo em que proponho

a mim mesmo o eu sozinho

dentro da noite o frio

me faz sentir o cio

da vida lá fora embora a lua

seja negra e a paz das estrelas

goteje em pérolas a música nua

de líricas vozes – não posso vê-las

nem às vozes nem às sombras

nas névoas de mim e de eu sozinho

emborracho-me y soy palomas

no deserto de kayyam

bebendo do seu vinho

 



18.4.2020


(Ilustração: foto de Olivier Pringal) 

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