deteriora-se a vida na imobilidade
o passo pregado no ar
não marca no asfalto a marca do tênis roto
o grito do cadeirante
não atravessa a parede em gozo contratado
o pássaro noturno
arrebenta as asas no vidro do prédio estúpido
a gota de vinho
pinga na língua seca e estrangula o olho
a calcinha da stripper
entremostra os pelos e não cai mais a seus pés
a porra escorre
depois que o membro murcho destapa seu cu
no beco sem saída os vermes pululam
enquanto a vida se deteriora na imobilidade
9.6.2020
(Ilustração: escultura de Fernando Botero)
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