17 de out. de 2020

impossibilidades

 





estradas da frança por onde nunca passei

estrelas da ursa que não contemplei

milhares de livros que não li nem lerei

milhares de poemas que não escrevi nem escreverei

assim a vida – cheia de impossibilidades

desejos que viram fumaça

ou como os livros – comidos pela traça

que geram um futuro de saudades

ou saudades de um futuro

improvável – impossível – irrealizável

que bate num muro

e aos poucos na inércia se desfaz

sonhos sonhados como sonhos e nada mais




29.8.2020 

(Ilustração: escultura de Liu Xue)

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