quanta lua em loucas noites
quanta noite em luas loucas
quantas dores nos açoites
quantos beijos em rubras bocas
e o poema se esborracha
se esboroa em águas líricas
encanta-se em cantos de corujas
entranha-se em luas loucas
borrifa-se em flores e pérfidos
perfumes de foscos lusco-fuscos
de tardes vazias de verão
e a lua que vem do vasto horizonte
traz o beijo do estranho louco
que morre hoje à luz do amanhecer
5.7.2020
(Ilustração: Lyonel Feininger - The white man)
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