o estranho com quem convivo
raramente se manifesta
fica na dele num canto de mim
sem fazer qualquer festa
que mexem com meus neurônios
executa ações de programadores
como se tivesse certezas absolutas
não estipula voltagens para as minhas dores
nem estabelece planos de condutas
simplesmente deixa que meus versos
extrapolem o limite do permissível
através de caminhos tortos e diversos
para dar a mim a vida que julga possível
esse é o estranho com quem convivo
e com ele vou vivendo a ele unido
e ambos siameses ao meio divididos
levando nosso destino mal resolvido
3.1.2021
(Ilustração: Eric Lacombe - dark abstract portraits)
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