27 de jul. de 2022

o passado que volta sempre

 



 

antes que nos enterre

é preciso enterrá-lo

esse passado que se apresenta

vestido de nuvem e prata

 

a vida seguiu seus descaminhos

abriu águas de mares mortos

construiu e destruiu as arcas vazias

dos sonhos desnecessários

e das certezas incognoscíveis

e agora que nossos passos se afrouxam

no fim da praia de areias finas

que não volte esse passado

para pregar a última tacha

no pano preto que por acaso

cubra o nosso caixão

 



13.1.2022

(Ilustração: Dino Valls)

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