7 de ago. de 2017

balada de la luna llena




(Foto de Flora Maria)




venho há muitos anos caminhando pela estrada da vida

nela encontrei tantos amigos quanto as pedras que ralaram meus pés

para eles só o que eu posso deixar é uma palavra tão pequena

que mal cabe nesta minha doce balada de la luna llena



vi morrerem tantos seres que amei quantos outros que odiei

mal cabe em meus sentimentos contar ou cantar a pena

ou a satisfação de deixar a todos minha balada da la luna llena



tortas as palavras tantas derramadas em versos tantos

pelas noites insones da solidão mais plena

quando baixava em mim a balada de la luna llena



de desencantos vivi pelas ruas tortas de cidades mortas

na esperança sonhei dias que não couberam na minha pena

mesmo quando compunha essa triste balada de la luna llena



faço de cada lágrima misturada à chuva que segue meus passos

a necessidade de mil abraços que tornassem mais serena

a busca inglória do ensejo de encontrar minha balada de luna llena



não sou triste no entanto nesse infausto mundo em que a paz

talvez esteja dentro de mim numa planície que se estenda serena

ao canto ardente que sai do meu peito como uma balada de la luna llena

também não sou alegre como parece cantar ao sol do meio dia

a risada estrondosa que espanta do meu peito a dor serena

quando desejava que todos ouvissem apenas minha balada de la luna llena



representam minha vida e meu canto com força plena

os versos tristes desta triste balada de la luna llena


29.7.2017


 (Você poderá ouvir esse texto na voz do autor, no podcast indicado ao lado)



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