22 de jul. de 2018

amor roubado







noite insone ao lado do telefone celular

o recado que não retorna a ligação que não se atende

ela tem olheiras profundas quando vai para o trabalho

o celular junto ao peito quem sabe a qualquer momento

o namorado dê sinal de vida um toque apenas um toque

o sinal abre e ela espera na calçada o olhar perdido

o celular junto ao peito o celular então toca o toque dele

ela sabe aquele funk é o toque dele enfim o retorno

ela tira o celular de entre os seios de sobre o coração

e olha por um momento extasiada a foto dele

e aperta a tela para atender até que enfim e ouve

as únicas palavras oi amor sou eu oi amor sou eu

e ela vê a moto rápida um raio a virar a esquina

e morre em seus ouvidos oi amor sou eu sou eu








6.7.2018

(Ilustração; Kiéra Malone)



Ouça esse poema, na voz do autor, ISAIAS EDSON SIDNEY, nestes endereços:

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