noite insone ao lado do telefone celular
o recado que não retorna a ligação que não se atende
ela tem olheiras profundas quando vai para o trabalho
o celular junto ao peito quem sabe a qualquer momento
o namorado dê sinal de vida um toque apenas um toque
o sinal abre e ela espera na calçada o olhar perdido
o celular junto ao peito o celular então toca o toque dele
ela sabe aquele funk é o toque dele enfim o retorno
ela tira o celular de entre os seios de sobre o coração
e olha por um momento extasiada a foto dele
e aperta a tela para atender até que enfim e ouve
as únicas palavras oi amor sou eu oi amor sou eu
e ela vê a moto rápida um raio a virar a esquina
e morre em seus ouvidos oi amor sou eu sou eu
6.7.2018
(Ilustração; Kiéra Malone)
Ouça esse poema, na voz do autor, ISAIAS EDSON SIDNEY, nestes endereços:
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