dois pequenos lagos de promessas onde navegam sonhos
os dias claros ali passeiam por sobre tulipas estranhas
e os ventos não arrepiam o arvoredo baixo que os contornam
as bordas do vulcão vermelho são capazes de malabarismos
entre suspiros de enternecimentos as palavras e os gestos
a haste que vai e vem e os encontros fortuitos e poderosos
logo abaixo os pequenos picos pedem bocas ávidas de leite
e o mel que derramam sustentam paixões dissolutas
entretenimentos para tempos de verão ou inverno não importa
assim se percorre mais um pouco o país do evangelho do desejo
e a floresta negra esconde a macia caverna onde se gestam
futuros e onde se colhem paixões profundas do momento
o pequeno sino ali toca a música de todos os tempos
assinalando à ansiada estertoração dos sentidos a mágica
a mágica lembrança do big-bang a explodir estrelas
e então se chega aos anéis que só se abrem à passagem
do dragão se a batalha for líquida e entre promessas infinitas
porque ali está enfim a aurora que prenuncia o paraíso
13.6.2018
(Ilustração: François Boucher, Ruhendes Mädchen -1752)
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