não tem limites
a poesia
na cabeça do poeta
brotam à chuva
resistem à seca
movem-se na água
peixes incautos
voam nos ares
pássaros dissolutos
não se queimam
nem se deixam matar
resistem ao frio
flores de arabescos
não tem limites
a poesia
na cabeça de todos os poetas
por isso
quando leio os poemas de poetas mortos
não lamento que tenham morrido
há pouco ou há muito tempo
ontem num acidente de avião
ou na grécia antiga pela mão de um escravo
só lamento os poemas que morreram com eles
10.10.2018
(Ilustração: Pierre-Auguste Renoir)
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