25 de jun. de 2019

geração hippie






1968 em paris e o fogo foi alto e houve gritos de susto

um novo tempo disseram um novo modo de viver disseram

e lutaram e cantaram e bateram e apanharam e morreram

por uma nova vida diziam por um novo mundo proclamavam

e o mundo rodou e girou e passou o tempo do novo tempo

1969 woodstock cantou o barro e a liberdade e o sexo

rolou droga e rolou o rock e jane joplin desceu de uma nuvem

e tantos rolaram e cantaram na chuva na insensatez

a paz a flor a esperança o vento que viria de novo um tempo

um tempo de amor e paz e paz e amor e flor e sexo livre

e a canabis nos lábios róseos e tempo novo e a vida livre

e o mundo rodou e girou e passou o tempo da vida livre

1975 acabou a guerra da indochina a guerra do vietnã

depois de tanta flor em canhão de tanta passeata e tantos

os urros e gritos e as vozes de paris e as vozes de woodstock

exultaram à mentira que era tudo aquilo quantos morreram

quantos pacotes negros chegando do oriente e choraram

todos o sangue que corria e então a guerra acabou

e todos esperavam um tempo de paz apenas um tempo de paz

e o mundo rodou e girou e passou o tempo de paz

plantaram fores no asfalto e criaram colônias de cabeludos

amaram e procriaram e os filhos dos hippies e os netos

dos hippies estão aí estão todos espalhados por aí

mas ah que merda ah que caretas idiotas eles são os filhos

os filhos dos hippies tão cristãos tão tolos e aplaudindo

qualquer pastor cretino qualquer político fascista que

lhes adoçam a boca por alguma arma contra a violência

ah que merda ah que caretas idiotas os filhos dos hippies





26.2.2019

  (Ilustração: Albert Gyorgy,  père et fils)

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